quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A (the) chance


Semana histórica. Feriado Nacional no Quênia, afinal de contas, o país tem muito a comemorar. Seu “neto” ilustre, Barack Hussein Obama Jr., 47 anos, casado, duas filhas, formado em Ciências Políticas pela Universidade de Columbia e em Direito por Haward, tornou-se, hoje, presidente da maior democracia mundial.
Negros, brancos, latinos, asiáticos, gays, homens e mulheres euforicamente saúdam a vitória do 44º presidente norte-americano. Europa, Ásia, América Latina, Oriente Médio, o mundo pedia Obama, mas isso não bastava. Era preciso que os cidadãos norte-americanos confirmassem o desejo do planeta. E assim o fizeram. Em 5 de novembro de 2008, a pseudo-utopia de Martin Luther King enfim se concretizou “Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!” E, exatamente hoje, um afro-descendente foi julgado pelo seu caráter, por seus diplomas, por sua história, por acreditar e trabalhar naquilo que pretende.
A negritude tem sim que celebrar. Não há como negar. O mulato (Barack Obama não é negro) multicultural orgulha a comunidade. Orador nato, garbo infindável, inquestionável inteligência, penetrante persuasão, pós-moderno, sem rancor, o novo presidente norte-americano, simples e transparente, abriu sua vida mostrando suas vitórias e derrotas, um cidadão do novo século, consciente e responsável, modelo para todos.
Gradualmente, o mundo vem sentido, mesmo que em doses homeopáticas, a presença dos negros em ambientes diversos dos das periferias e penitenciárias. Hoje podemos nos orgulhar de termos o primeiro negro na Fórmula 1, sendo inclusive campeão neste ano. Temos negros na elite de diversos esportes como golfe, tênis. Na cultura também contamos com inúmeros grandes exemplos. No poder judiciário, no legislativo, na ONU. Essa é, definitivamente, uma onda sem volta.
A mudança chegou na América, uma nova forma de tratar a política e o ser humano, mais diálogo e menos truculência. A economia precisa de soluções efetivas e viáveis, o meio ambiente pede socorro (o Tratado de Kyoto está estagnado!!), as minorias clamam por dignidade. É preciso cautela. O pioneirismo pode gerar dúvidas e desconfianças. O planeta está em alerta. É hora de mostrar o seu valor, com firmeza e respeito às nações. O caminho será árduo, mas, agora, vamos só celebrar a esperança e a democracia. A Casa Branca bem que podia mudar sua fachada. Que tal ?